Quanto tempo leva a cidadania italiana? A linha do tempo real que está surpreendendo milhares de brasileiros
A procura pela cidadania italiana cresceu tanto que virou pauta constante nas redes, nas famílias e até nas rodas de conversa. Todo mundo conhece alguém que começou, desistiu, voltou, empacou ou finalmente conseguiu o tão sonhado passaporte vermelho.
Mas existe uma pergunta que continua sem resposta clara para a maioria: quanto tempo isso realmente leva?
Uma análise mais profunda do processo mostra algo curioso: a demora não está onde as pessoas imaginam. E, ao contrário do que muitos acreditam, grande parte do cronograma está nas mãos do próprio requerente.
1. Onde tudo começa: a famosa “caça aos documentos”
Se existe um momento que derruba expectativas, é esse.
A etapa que parece simples “é só pegar as certidões” acaba se transformando no primeiro grande teste de paciência.
Os especialistas afirmam que essa fase pode ir de três meses a um ano. Isso acontece porque muitas certidões antigas não estão digitalizadas, algumas se perdem com o tempo e outras precisam ser buscadas em cartórios ou igrejas de cidades pequenas. E quando o registro está escrito à mão, começa um verdadeiro trabalho de detetive.
A boa notícia?
Quem inicia essa busca cedo costuma ganhar um tempo valioso mais à frente.
Quem deixa para depois trava a linha do tempo antes mesmo de começar.
2. O detalhe que mais atrasa: erros nas certidões
Se existe um ponto que transforma um processo rápido em uma novela, é a retificação.
Erros de grafia, sobrenomes diferentes, datas trocadas… tudo isso impede que a linhagem seja comprovada com segurança.
Dependendo do erro, a solução é simples. Mas quando envolve legitimidade, sobrenome ou dados essenciais, a retificação judicial entra em cena — e pode trazer meses a mais para o cronograma.
O impacto real?
Entre 6 meses e 2 anos, dependendo do tipo de correção.
O alerta dos profissionais é unânime:
quem organiza as etapas em paralelo retificação, tradução e apostila evita que um único papel derrube todo o planejamento.
3. Finalmente algo rápido: traduções e apostilamento
Aqui não tem mistério. As traduções juramentadas e o apostilamento são as partes mais previsíveis do processo.
Em duas a quatro semanas, geralmente está tudo pronto.
O problema é que muita gente só começa essa fase depois que termina a retificação — e aí perde meses que poderiam ter sido aproveitados.
4. O coração do processo: a ação judicial na Itália
Hoje, a via judicial é o caminho adotado pela maioria dos descendentes, principalmente bisnetos, trinetos e gerações mais distantes.
E ao contrário do que se imagina, a Itália não é o maior gargalo.
Os tribunais têm um tempo médio de cerca de 24 meses para emitir uma sentença.
Não é rápido, mas é estável. E previsibilidade, nesse assunto, vale ouro.
Enquanto a ação corre, muita gente usa o tempo para se preparar para a vida que vem depois: aprender italiano, entender o AIRE, pesquisar regiões para morar, organizar documentos para o passaporte.
Quem se prepara durante o processo termina muito antes.
5. A reta final que quase ninguém comenta: transcrição no comune
Sentença favorável não significa cidadania imediata.
O comune ainda precisa transcrever as certidões brasileiras nos registros italianos, oficializando tudo.
E essa fase, que raramente é mencionada, pode levar até 12 meses.
É o momento em que a assessoria faz diferença, porque comuni sem acompanhamento podem simplesmente demorar para responder.
Quem já está com tudo organizado nessa hora consegue emitir o passaporte muito mais rápido no consulado brasileiro.
O que a linha do tempo revela?
A conclusão é clara:
o processo não atrasa porque “é complicado”.
Ele atrasa porque as pessoas não sabem onde estão os gargalos — e, por isso, perdem tempo onde poderiam ganhar velocidade.
A parte italiana é longa, mas previsível.
A parte brasileira é curta, mas cheia de obstáculos escondidos.
A diferença entre quem leva anos e quem resolve com eficiência está justamente aí.
Resumo final
- A busca dos documentos é o primeiro grande desafio.
- A retificação é o ponto que mais altera o cronograma.
- Traduções são rápidas, mas só ajudam se feitas no tempo certo.
- A via judicial é estável e segura.
- A transcrição final é obrigatória e não pode ser ignorada.
No fim, a cidadania italiana é uma maratona estratégica.
Quem entende o mapa chega primeiro.


