Clima tenso continua na Itália: 15 regiões em alerta por tempestades, ventos e deslizamentos
Uma nova frente de instabilidade avança sobre a Itália e provoca uma sequência de eventos extremos em diversas regiões do país. As chuvas intensas, o granizo e os ventos fortes colocaram autoridades em alerta máximo nesta terça-feira, 8 de julho.
As causas da tempestade: frente fria e núcleo ciclônico
A origem do fenômeno está associada à chegada de um núcleo ciclônico do noroeste europeu. Com a entrada de ar frio em altitude, a combinação com a umidade do solo e o calor acumulado gerou instabilidade em larga escala.
As previsões indicam que o fenômeno se estende até a noite do dia 9, com risco de novas tempestades localizadas.
"O cenário é caracterizado por fenômenos intensos e de rápida evolução", afirma o boletim da Defesa Civil.
Regiões em estado de atenção
A Proteção Civil Italiana declarou fase de atenção (criticidade hidrogeológica e hidráulica) para diversas bacias e áreas urbanas, especialmente no norte do país. Veja as áreas mais afetadas:
Bacias sob criticidade hidrogeológica:
- Piave Pedemontano
- Alto Brenta-Bacchiglione-Alpone
- Basso Brenta-Bacchiglione
- Basso Piave, Sile e bacia da lagoa
- Livenza, Lemene e Tagliamento
Na bacia do Livenza, os níveis hidrométricos superaram o primeiro limite em San Cassiano, com possibilidade de nova elevação devido às chuvas previstas.

Principais cidades atingidas
As chuvas mais fortes caíram nas seguintes localidades:
Bacoli (Campânia) registrou 99 mm de chuva em apenas uma hora, um dos volumes mais altos do país nas últimas 24h.
Outras cidades com fortes impactos:
- Cansiglio: 91 mm
- Asolo: 81 mm
- Conegliano: 80 mm
- Farra di Soligo: 78 mm
- Treviso: 100 intervenções dos bombeiros
- San Vito di Cadore: deslizamento de terra voltou a bloquear a SS 51
Ventos e bloqueios no sul e centro da Itália
As regiões do centro-sul também enfrentam consequências severas, principalmente por causa das rajadas de vento que ultrapassaram 90 km/h em algumas áreas.
Toscana em alerta:
- Rajadas de 70 a 100 km/h nas zonas dos Apeninos e arredores de Florença, Valdarno, Casentino, Lunigiana e Versilia.
- Mar muito agitado nas costas de Livorno, Pisa e Grosseto.
Foggia:
- A prefeitura fechou parques e vilas públicas devido ao risco de queda de árvores.
- População foi orientada a evitar áreas arborizadas até que a emergência passe.
Gênova e Trentino registram danos e queda de temperatura
Na Ligúria, a cidade de Gênova foi uma das mais impactadas. As tempestades chegaram à cidade pouco depois das 23h de segunda-feira, com registros de:
- Árvores e postes derrubados
- Túnel da Via della Superba inundado
- Passagens subterrâneas bloqueadas
- Temperatura caiu abaixo dos 20ºC, marca que não era registrada desde 9 de junho
Já no Trentino, houve granizo de intensidade média e queda brusca de temperatura, principalmente nas áreas de Cadine e Sopramonte, onde ruas chegaram a ficar completamente brancas.
Situação continua instável até quarta-feira
As autoridades alertam que o pico da instabilidade deve ocorrer até a noite do dia 9 de julho. A partir de quinta-feira, está prevista uma recuperação na pressão atmosférica, com melhora gradual do tempo.
A orientação oficial é clara:
- Evitar deslocamentos em áreas de encosta ou próximas a rios
- Não estacionar sob árvores
- Evitar o uso de túneis e passagens subterrâneas durante tempestades
- Seguir os canais oficiais da Defesa Civil
Conclusão
O cenário reforça a vulnerabilidade climática da Itália diante de eventos extremos cada vez mais frequentes. A resposta rápida das autoridades e o monitoramento constante das bacias têm evitado tragédias maiores até o momento.
Para quem reside ou viaja pelo país, o momento é de atenção redobrada. A temporada de verão, geralmente marcada por sol e turismo, dá lugar a um alerta climático que atinge toda a península.
